Krull

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“Eu sou Ergo, O Magnifico. Pequeno em tamanho, grande em poder de mente estreita mas de visão larga.”

Em uma era não determinada, no longínquo planeta Krull, a paz do planeta será selada com o casamento das duas mais importantes famílias reais. O jovem príncipe Colwyn vai casar com a linda (lógico) princesa Liza. O problema é que uma entidade vinda do espaço chamada A Besta rouba a princesa em plena cerimônia de casamento e leva-a para sua espaçonave, a Fortaleza Negra, que a cada vinte e quatro horas muda de lugar.

Para salvá-la, Colwyn precisa encontrar uma arma mítica chamada Glaive e com a ajuda de um eclético bando que vai encontrando no caminho, penetrar na Fortaleza Negra e derrotar A Besta. Para isso, além de enfrentar os estranhos seres que formam o exército da Besta, terá que enfrentar os perigos do próprio planeta e ainda encontrar a escorregadia Fortaleza Negra.

É fácil reconhecer uma referência aos “Sete samurais”, de Kurosawa, mas “Krull” vai muito além disso. A mítica Glaive é uma clara referência à espada Excalibur do rei Artur, não faltando também adivinhos e feiticeiras para ajudar ou atrapalhar a busca de Colwyn.

Um dos grandes personagens do filme é Rell, o ciclope, o lendário gigante de um olho só, inimigo mortal da Besta. O contraponto humorístico é dado por um aprendiz de feiticeiro atrapalhado e arrogante que vive se metendo em confusões graças a suas mágicas erradas.

Algumas cenas do filme são memoráveis, como a cavalgada com os “cavalos de fogo”, capazes de viajar mil léguas num único dia! O interior da Fortaleza Negra é de um surrealismo tal, que não duvidaria se os cenários tivessem sido assinados por Salvador Dali em pessoa…

Embora com atuação impecável, o elenco é composto por nomes pouco conhecidos, salvo o irlandês Liam Neeson, ainda em começo de carreira. Imagine que é um dos amigos do príncipe que morre logo que entram na Fortaleza Negra. Ainda estavam longe os dias de sucesso com “Nell” e “A Lista de Schindler”…

A edição latina em DVD está com a qualidade desejada por todo DVD-maníaco, como formato de tela Widescreen, áudio em inglês ( DD 5.1 e Pro-Logic) e português, espanhol e francês ( 2.0), legendas em português, espanhol, francês, inglês, chinês, coreano e tailandês. Mas, o melhor de tudo são os extras, uma ruma, como se diz na Paraíba. Trailers de cinema, notas sobre diretor e elenco, Making Of original com 22 minutos ( inclusive com um pedacinho de Viagem à Lua, de Mellies, do início de 1900), adaptação da história em quadrinhos e comentários em áudio do diretor e equipe. Ponto negativo: não tem legendas.

“Krull” é uma bonita fábula destinada aos que ainda não perderam a alma de criança. É a vitória do amor, amizade e das virtudes sobre bestialização massificante a que somos submetidos, transformando-nos num exército de autômatos, vazios e sem almas. É bom ver um filme assim e sentir que ainda existe esperança para a humanidade. Assista com seu filho e curta bem este momento. Vai ver que valerá à pena.

Muita gente talvez não saiba, mas o gênero ficção-científica também engloba as histórias de fantasia. São aquelas histórias com magos, duendes, fadas, gnomos, feiticeiros e muitas, muitas lutas de espada. Nos states isso é chamado Sword & sorcerer, que seria mais ou menos “espada e feitiçaria”. O que separa os contos de fadas puros do que poderíamos juntar ao bolo da ficção científica vai depender de como é apresentado o conjunto da história. Lembram de “Star Wars”? Tem luta de espadas ( laser) e algum tipo de feitiçaria (o que é a tal “força” afinal?). Talvez um pouco mais pé-no-chão seja o filme “Krull”, de 1983.

Fonte: Arco do Velho

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